Congresso de Extensão Universitária congrega a multicampia da UNEB em Seabra

Repostado da ASCOM – Por Danilo Cordeiro

Foram 11 caravanas de diversos territórios baianos; Mais de 700 pessoas participaram dos três dias de programação

Do centro para as bordas, das bordas para o centro. Esse foi o movimento de troca e partilha proposto pelo II Congresso de Extensão Universitária (CEU) realizado, entre os dias 24 e 26 de maio, em Seabra, município localizado no centro geográfico da Bahia.  

O evento acolheu e reverberou a multiterritorialidade da UNEB a partir de uma programação múltipla, versátil e inclusiva. Foram mais de 160 atividades entre painéis, rodas de extensão, torneio de futebol e intervenções artísticas, realizadas no Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias (DCHT) do Campus XXIII da UNEB, no município, e em diversos outros espaços da cidade como praça pública, escolas, comunidade indígena e quilombo.

A reitora da UNEB, professora Adriana Marmori, destacou que o lugar da extensão é o mundo: “Vivi longos anos trilhando a extensão. Nesse chão, eu me sinto à vontade. Aqui é um espaço de encontro, de dialogicidade. Este congresso representa muito bem o movimento da extensão, que extrapola a sala de aula. É o congraçamento da relação da universidade com a sociedade, uma efervescência de fazeres e saberes, que reiteram o lugar da nossa universidade enquanto diversa, popular, inclusiva, socialmente referenciada, que tem em sua trajetória essa marca fundante da extensão”.

Adriana Marmori: “O CEU representa o movimento da extensão, que extrapola a sala de aula”
Dayse Lago: “Tecemos redes potentes para a construção da política de extensão da UNEB”

A vice-reitora, professora Dayse Lago, pontuou que o II CEU foi um momento de congregação e celebração. “Realizar a segunda edição desse congresso em Seabra foi muito simbólico. Nos permitiu acessar, conhecer, aprender e celebrar a extensão em espaços diversos, para além do eixo da capital do estado. Tecemos muitas redes potentes que serão fundamentais para construirmos juntas e juntos a política de extensão da universidade”.

Extensa programação

A segunda edição do congresso teve como tema “Extensão Universitária nas bordas multiterritoriais”

O II CEU, que abordou o tema “Extensão Universitária nas bordas multiterritoriais”, foi configurado para ser um espaço múltiplo e plural para a discussão e debate de temas emergentes, que estimulem a reflexão sobre o papel da extensão universitária.

Mais de 700 pessoas distribuídas em 11 caravanas, de diversos territórios de identidade da Bahia, participaram dos três dias de atividades.

Rosane Vieira, pró-reitora de Extensão (Proex), afirmou que para construir a estrutura do evento a comissão organizadora se debruçou sobre os principais conceitos da extensão.

Extensão é dialogicidade, a partir desse conceito entendemos que tínhamos que fazer rodas de extensão, ou seja, plenárias, para que as pessoas pudessem dialogar, trocar ideias sobre políticas existentes ou novas ações nessa relação da universidade com a sociedade. Extensão é rede. Não se faz extensão sem construção de redes. Daí nasceram os painéis como formato para apresentação de trabalhos, que estimularam a comunidade unebiana a articular os projetos de extensão com outros projetos da universidade.  Extensão é

Rosane Vieira: Extensão é dialogicidade, é rede, é protagonismo estudantil

protagonismo estudantil. Todas as atividades artísticas foram de discentes da nossa universidade. Reunimos os fazedores de arte da UNEB, não para abrir e fechar o evento, mas para contaminá-los em todos os momentos, de maneira simultânea a todas as demais atividades da programação”, explicou a gestora.

Renata Nascimento: O II CEU nasce de uma perspectiva ousada e desafiadora

A diretora do DCHT do campus de Seabra, Renata Nascimento frisou que o II CEU nasce de uma perspectiva ousada e desafiadora. “Nos lançamos para uma nova perspectiva que foi assumir e acolher, no campus do interior, esse evento que é de toda a UNEB, de toda a sociedade baiana. Somos as anfitriãs desse congresso, o que é uma virada de chave importante na medida em que invertemos

a lógica de promover ações de grande porte apenas na capital do estado. Essa inversão representa a extensão se olhando por outros vieses”, pontuou a diretora.

Prévias do CEU – Antes da programação oficial começar, o CEU já estava acontecendo na Comunidade Quilombo Agreste.

Entre os dias 20 e 24 de maio, a Pró-Reitoria de Ações Afirmativas (Proaf) da UNEB, integrante da equipe organizadora do evento, promoveu oficinas de produção de figurino, culinária ancestral, canto e percussão na Comunidade Quilombola Agreste.

“Essas iniciativas ratificam o sentido ontológico do congresso, na medida em que, encharcada de gentes, e por meio da escuta às demandas da comunidade, a universidade se organizou para apoiar a construção de ações que vão ao encontro dos desejos e necessidades dos que vivem e dão vida ao Quilombo Agreste”, pontuou a pró-reitora da Proaf, Dina Maria Rosário.

Os atores sociais e suas práticas extensionistas

Foram mais de 160 atividades realizadas no Campus e em outros espaços como praça pública, escolas, comunidade indígena e quilombo.

A programação do II CEU organizou 100 painéis de apresentação de trabalhos sobre os mais variados temas. Entre eles está o Memória, Identidade, Territorialidade, Educação do/no Campo e Espaços de Sociabilidade, que contou com a participação do painelista Hélio Júnior, estudante de Pedagogia do Campus VIII da UNEB, em Paulo Afonso.

“Meu primeiro contato com a UNEB foi através da extensão. Sou ex-aluno do Programa Universidade para Todos (UPT) e, hoje, estudante de pedagogia do Campus VIII, em Paulo Afonso. Esse congresso reuniu pessoas, projetos, sonhos, abriu espaço para diálogos que nos permitem conhecer a nossa multicampia, acessar as produções de colegas de outros territórios. Conhecer presencialmente a amplitude dessa universidade, me faz ter ainda mais prazer em fazer parte dela. Tenho muito orgulho da UNEB.”, afirmou o discente, que apresentou o painel ao lado dos colegas Carleandro de Souza Dias e Beatriz de Freitas.

A programação reservou também 22 rodas de extensão, que destacaram temáticas pertinentes ao desenvolvimento das ações extensionistas na universidade. A roda intitulada “O que os movimentos feministas extensionam na UNEB” reuniu expressivos coletivos de mulheres que se debruçam sobre esse tema.

Estou muito feliz em ver a nossa UNEB investindo nesse movimento extensionista. No CEU, congregamos ideias, projetos, ações territoriais. Esse intercâmbio se alinha muito com o que a extensão propõe”, falou Gerlane Lima, técnica administrativa do Campus IV, em Jacobina.

Grande destaque para a programação artística

Programação contou com mais de 40 intervenções artísticas que destacaram o protagonismo discente

A programação das intervenções artísticas reuniu cerca de 40 atividades entre exposições de artesanatos e obras de arte, apresentação musical e teatral, mostra de audiovisual, performances, intervenção poética, oficinas de dança e monotipia e lançamento de livros.

Foram as representações artísticas e culturais que iniciaram as atividades do II CEU, na Praça do Marco Zero, em Seabra, seguido de um cortejo pelas ruas da cidade até o Campus da UNEB.

A professora Daniela Galdino assumiu a curadoria da programação artística, uma iniciativa inédita em eventos unebianos. “Fizemos uma dedicada curadoria e montamos uma programação que compõe essa rede de saberes, em alinhamento com pesquisas e práticas extensionistas, a partir do diálogo com os vários territórios culturais da Bahia”, detalhou Daniela.

Levi Santos, estudante da licenciatura em Teatro do Campus de Senhor do Bonfim, frisou a importância de ver a cultura valorizada no II CEU.

“A UNEB proporcionou esse lugar que é de encontro, de troca, de articulação. Percebo aqui a compreensão de que as artes dialogam diretamente com a pesquisa, com a extensão. Nossos estudos, nossa pesquisa tem relação inerente com a nossa produção artística”, destacou.

Jogadores do Quilomba do Agreste participaram do torneio de futebol

O II CEU reservou ainda um Torneio de Futebol realizado na Comunidade Quilombola Agreste. A atividade foi organizada por atléticas dos campi de Caetité e Salvador.

Falar sobre extensão universitária é falar sobre a presença da universidade nas comunidades, e a prática esportiva é fundamental nesse processo de enlace e mobilização social. Foi exatamente isso que nos motivou a organizar o torneio de

futebol com toda a ajuda e parceria dos jovens atletas do quilombo”, relatou a estudante de história Paloma Souza, vice-presidente da atlética Wakanda, do Campus de Caetité.

O estudante de pedagogia, Gilmário Alves, do Campus de Seabra, falou da alegria de receber a UNEB em sua comunidade, o Quilombo do Agreste. “Foi muito bom sediar e participar desse torneio. Trouxe alegria e lazer para nossa comunidade.”

A programação contou ainda com o Encontro de coordenadores do Programa Universidade Aberta à Terceira Idade (UATI), Feira Agroecológica com expositores das comunidades de Seabra e entorno, além do tradicional São João da UNEB, realizado no munícipio todos os anos, mas que, nesta edição integrou o congresso e adotou o tema “Olha pro CEU, meu amor”.

Confira galeria de fotos do II Congresso de Extensão Universitária

Texto: Wânia Dias/Ascom

Fotos: Marina Marques e Antônio Carvalho/Ascom


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